Biologia


Abiogênese x Biogênese

A ideia de que os seres vivos surgiam a partir de outros mecanismos que não a reprodução, foi muito difundida na Antiguidade, e ficou conhecida como teoria da geração espontânea ou teoria da abiogênese. Durante a Idade Média, contou com inúmeros ilustres defensores, tais como Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, Aristóteles, René Descartes e Isaac Newton, mas deixou de ser aceita em meados do século XIX.
Nessa teoria, admitia-se que cobras, sapos, rãs etc., formavam-se a partir da lama dos rios e lagos, e até receitas para se produzir ratos foram elaboradas. A teoria da abiogênese não resistiu à expansão das pesquisas e rigorosos experimentos feitos por vários pesquisadores, entre eles Redi, Spallanzani e Pasteur, que forneceram evidências incontestáveis de que os seres vivos surgiam a partir de uma vida pré-existente.
Com a derrubada da abiogênese, surgiram duas novas explicações para o surgimento da vida em nosso planeta, sendo que, para muitos cientistas, elas se complementam. Uma delas, chamada de Teoria da Panspermia Cósmica, diz que a vida teve origem a partir de seres vivos e/ou substâncias precursoras da vida, oriundos de outras regiões do universo. A outra é a Teoria da Evolução Química ou Molecular, que postula que a vida surgiu a partir do processo de evolução química de compostos inorgânicos, dando origem a moléculas orgânicas e, depois, as primeiras e mais simples formas de vida.
Abiogênese: teoria que afirmava que a vida poderia surgir a partir da matéria inanimada, por geração espontânea.
Biogênese: teoria que afirmava que os seres vivos originam-se de outros seres vivos preexistentes e semelhantes, através dos processos de reprodução.

                                                 Experimento de Redi
Na época, uma ideia muito difundida era de que os vermes que apareciam nos cadáveres de pessoas e animais originavam-se pela transformação espontânea da carne em putrefação. Redi, diante disso, resolveu provar que esses vermes não apareciam espontaneamente, e que na verdade eles eram larvas de moscas que colocavam seus ovos na carne em putrefação. Segundo Redi narra em seu livro “Experimentos sobre a geração de insetos”, a ideia de que as lavras surgiam de moscas veio do poema épico Ilíada. No livro, Redi questiona: “[...] por que, no canto XIX da Ilíada, Aquiles teme que o corpo de Pátrocles se torne presa das moscas? Por que ele pede a Tétis que proteja o corpo contra os insetos que poderiam dar origem a vermes e assim corromper a carne do morto?”.
Diante disso, Redi testou sua hipótese a partir do seguinte experimento: Pegou frascos de boca larga, e em cada frasco colocou carne em decomposição. Alguns frascos foram tampados com uma gaze muito fina, enquanto os outros frascos ficaram totalmente abertos. Passados alguns dias, Redi verificou que nos frascos destampados, nos quais as moscas entravam e saíam livremente, o animal morto estava repleto de vermes, e nos frascos tampados ele observou que não havia surgido nenhum verme.
Dessa forma, Redi conseguiu provar que, no caso de organismos facilmente visíveis, a teoria da geração espontânea não se aplicava, e que cada ser vivo conhecido provinha de um ser vivo pré-existente, confirmando então a teoria da biogênese.



Experimentos de Needham e Spallanzani
O cientista inglês John T. Needham realizou vários experimentos em que submetia à fervura frascos contendo substâncias nutritivas. Após a fervura deixava os frascos em descanso por alguns dias. Depois ao observar ao microscópio, Needham notava a presença de microrganismos. Ele dizia que a solução nutritiva continha uma força vital responsável pelo surgimento dos microrganismos.
O pesquisador italiano Lazzaro Spallanzani repetiu os experimentos de Needham , com algumas modificações e obteve resultados diferentes.
Ele colocou substâncias nutritivas em balões de vidro, fechando-os hermeticamente e submeteu-os a fervura. Deixou descansar por alguns dias então ele abriu os frascos e observou o líquido ao microscópio. Nenhum organismo estava presente.
Spallanzani explicou que Needham não havia fervido sua solução nutritiva por tempo suficientemente longo para matar todos os microrganismos existentes nela.
Needham respondeu dizendo que, ao ferver por muito tempo, Spallanzani havia destruído a “força vital” e tornado o ar desfavorável para o aparecimento da vida.







                                           O Experimento de Pasteur
Pasteur  (1822- 1895) foi um cientista francês que conseguiu provar, definitivamente, que os seres vivos se originam somente a partir de outros seres vivos. Seus experimentos foram incentivados pela Academia Francesa de Ciências na década de 1860, que oferecia um prêmio a quem realizasse um experimento definitivo sobre a real origem dos microorganismos.
Os experimentos foram realizados com frascos de vidro, cujos gargalos foram esticados e curvados no fogo após todos terem sido enchidos com caldos nutritivos. Logo em seguida, Pasteur ferveu o caldo de cada um dos frascos, até que saísse vapor dos gargalos longos e curvos e deixou-os esfriar.
Depois de um tempo, Pasteur observou que, embora todos os frascos estivessem em contato direto com o ar, nenhum deles apresentou microorganismos. Pasteur então quebrou os gargalos de alguns frascos e observou que, em poucos dias, seus caldos já estavam repletos de micro-organismos.
A ausência de micro-organismos nos caldos que estavam nos frascos cujos gargalos eram curvos e longos com a presença desses seres nos frascos cujos gargalos foram quebrados mostraram que o ar contém microorganismos e que eles, ao entrarem em contato com o caldo nutritivo, desenvolvem-se. Nos frascos que apresentavam gargalo curvo e longo, os microorganismos não conseguiram chegar até o líquido porque ficaram retidos no “filtro” formado pelas gotículas de água que apareceram no pescoço do frasco durante o resfriamento. Nos frascos que tiveram seu pescoço quebrado, o “filtro” formado pelo vapor deixou de existir, deixando o líquido vulnerável aos micro-organismos, que, uma vez em contato com o líquido, encontraram condições adequadas para o seu desenvolvimento.
A partir desse experimento, Pasteur mostrou que um líquido, ao ser fervido, não perde a “força vital”, como defendiam os adeptos da abiogênese, pois quando o pescoço do frasco é quebrado, após a fervura desse líquido, ainda aparecem seres vivos. Dessa forma, Pasteur sepultou de vez a teoria da abiogênese ou geração espontânea, que admitia que os seres vivos originavam-se a partir de matéria bruta.
Louis Pasteur também nos deixou outras contribuições importantes para a microbiologia e também para a medicina. Através de mudanças em práticas hospitalares introduzidas por Pasteur, houve uma diminuição na disseminação de doenças hospitalares causadas por microorganismos. Pasteur também foi o responsável por descobrir que a raiva era transmitida por um agente que não poderia ser visto ao microscópio, assim desenvolveu técnicas para vacinar animais contra a raiva e tratar pessoas mordidas por animais infectados.
Outro processo que é muito utilizado nos dias atuais é a pasteurização. Desenvolvida por Pasteur para exterminar microorganismos encontrados em vinhos, a pasteurização consiste no aquecimento seguido por resfriamento brusco. Essa técnica permite a retirada de microorganismos dos mais variados alimentos sem deteriorá-los. Em muitos países, inclusive no Brasil, é obrigatória a pasteurização do leite e de seus derivados antes de serem comercializados. Nesse processo, o leite é mantido a 62°C por cerca de meia hora, eliminando vários micro-organismos prejudiciais aos seres humanos, além de prolongar a vida útil do alimento.


O Experimento de Oparin e Haldane
Os cientistas Oparin e Haldane sugerem que a vida pode ter se originado na Terra através de um lento processo de evolução química.
Eles consideram que provavelmente a atmosfera primitiva era composta principalmente por metano (CH4), amônia (NH3), gás hidrogênio (H2) e vapor d’água (H2O). Nessa época a Terra passava por um processo de resfriamento que permitiu o acúmulo de água nas depressões das rochas, formando os mares primitivos.
As descargas elétricas e as radiações eram intensas e teriam fornecido energia para a formação das primeiras moléculas orgânicas.
As moléculas orgânicas eram arrastadas pela água da chuva e passavam a se acumular nos quentes mares primitivos, formando verdadeiras “sopas nutritivas”
Nessas “sopas nutritivas” surgiram os aminoácidos e esses foram se agrupando para formar proteínas isoladas do meio (coacervados).
No momento em que essas proteínas passaram a apresentar capacidade de duplicação teriam surgido os primeiros seres vivos.


 O Experimento de Miller e Urey
A hipótese da evolução química foi testada pela primeira vez pelo químico americano Stanley Miller, em 1953. Ele construiu um aparelho que simulava as condições da terra primitiva e introduziu nele os gases de amônia, hidrogênio, metano e vapor d’água. Um dispositivo elétrico de alta voltagem produzia faísca dentro do aparelho, simulando os raios das tempestades.
Depois de alguns dias funcionando, a água e o vidro do aparelho ficaram impregnados por uma substância viscosa e avermelhados. Analisando essa substância, Miller verificou que ela era rica em aminoácidos.


A pesquisa de Miller foi pioneira no sentido de levantar questões acerca da possibilidade da matéria precursora da vida ter se formado espontaneamente, pelo conjunto de condições existentes ali. Hoje se sabe que a atmosfera terrestre primitiva continha 80% de gás carbônico, 10% de metano, 5% de monóxido de carbono e 5% de gás nitrogênio. 
Poucos anos depois (1957), seguindo a mesma linha, o bioquímico americano Sidney Fox aqueceu uma mistura seca de aminoácidos e constatou a presença de moléculas de natureza proteica, constituídas por alguns poucos aminoácidos. O experimento evidenciou que estes poderiam ter se unido através de ligações peptídicas, numa síntese por desidratação. 
Melvin Calvin, outro cientista norte-americano, realizou experiências, bombardeando os gases primitivos com radiações altamente energéticas e obteve, entre outros, compostos orgânicos do tipo carboidrato. 
Todas essas experiências demonstraram a possibilidade da formação de compostos orgânicos antes do surgimento da vida na Terra. Isso favoreceu a hipótese heterotrófica, uma vez que a existência prévia de matéria orgânica é um requisito básico não só para a alimentação dos primeiros heterótrofos, como também para sua própria formação. 

                                               HIPÓTESE HETEROTRÓFICA
Segundo essa hipótese, os primeiros organismos eram estruturalmente muito simples, sendo de se supor que as reações químicas em suas células também seriam simples. Eles viviam em um ambiente aquático, rico em substâncias nutritivas, mas provavelmente não existia oxigênio na atmosfera, nem dissolvido na água dos mares. Nessas condições, é possível supor que, tendo alimento abundante ao seu redor, esses primeiros seres teriam utilizado esse alimento já pronto como fonte de energia e matéria-prima. Eles seriam, portanto, heterotróficos (hetero = diferente; trofos = alimento): organismos que não são capazes de sintetizar seus próprios alimentos a partir de compostos inorgânicos, obtendo-os prontos do ambiente.
Os seres capazes de sintetizar seus próprios alimentos a partir de substâncias inorgânicas simples são chamados de autotróficos (auto = próprio; trofos = alimento), como é o caso das plantas.
Uma vez dentro da célula, esse alimento precisa ser degradado. Nas condições da Terra atual, a via metabólica mais simples para se degradar alimento sem oxigênio é a fermentação, um processo anaeróbio (an = sem; aero = ar; bio = vida). Um dos tipos mais comuns de fermentação é a alcoólica. O açúcar glicose é degradado em álcool etílico (etanol) e gás carbônico, liberando energia para as várias etapas do metabolismo celular.
Esses organismos começaram a aumentar de número por reprodução. Paralelamente a isso, as condições climáticas da Terra também estavam mudando a ponto de não mais ocorrer síntese pré-biótica de matéria orgânica. Desse modo o alimento dissolvido no meio teria começado a ficar escasso.
Com o alimento reduzido e um grande número de indivíduos nos mares, deve ter havido muita competição, e muitos organismos teriam morrido por falta de alimento. Ao mesmo tempo, teria se acumulado CO2 no ambiente. Acredita-se que nesse novo cenário teria ocorrido o surgimento de alguns seres capazes de captar a luz solar com o auxílio de pigmentos como a clorofila. A energia da luz teria sido utilizada para a síntese de seus próprios alimentos orgânicos, a partir de água e gás carbônico. Teriam surgido assim os primeiros seres autotróficos: os seres fotossintetizantes (foto = luz; síntese em presença de luz), que não competiam com os heterotróficos e proliferaram muito.
Esses primeiros seres fotossintetizantes foram fundamentais na modificação da composição da atmosfera: eles introduziram oxigênio no ar, e a atmosfera teria passando de redutora para oxidante. Até os dias de hoje, são principalmente os seres fotossintetizantes que mantém os níveis de oxigênio na atmosfera, o que é fundamental para a vida do nosso planeta. Em condições de baixa disponibilidade de moléculas orgânicas no meio, esses organismos aeróbios teriam grande vantagem sobre os fermentadores.
Havendo disponibilidade de oxigênio, foi possível a sobrevivência de seres que desenvolveram reações metabólicas complexas, capazes de utilizar esse gás na degradação do alimento. Surgiram, então, os primeiros seres aeróbios, que realizavam respiração. Por meio da respiração, o alimento, especialmente o açúcar glicose, é degradado em gás carbônico e água, liberando muito mais energia para a realização das funções vitais do que na fermentação.
A fermentação, a fotossíntese e a respiração permaneceram ao longo do tempo e ocorrem nos organismos que vivem atualmente na Terra. Todos os organismos respiram e/ou fermentam, mas apenas alguns respiram e fazem fotossíntese.

                                                       Hipótese Heterotrófica
                           Fermentação → Fotossíntese → Respiração Aeróbica
                                              

                                                 HIPÓTESE AUTOTRÓFICA
Alguns cientistas tem argumentado que os seres vivos não devem ter surgido em mares rasos e quentes, como proposto por Oparin e Haldane, pois a superfície terrestre, na época em que a vida surgiu, era um ambiente muito instável. Meteoritos e cometas atingiam essa superfície com muita frequência, e a vida primitiva não poderia se manter em tais condições.
Logo no início da formação da Terra, meteoritos colidiam fortemente com a superfície terrestre, e a energia dessas colisões era gasta em derretimento ou até mesmo na vaporização da superfície rochosa. Os meteoritos fragmentavam-se e derretiam contribuindo com sua substância para a Terra em crescimento. Um impacto especialmente violento pode ter gerado a Lua, que guarda até hoje em sua superfície as marcas desse bombardeio por meteoritos. Na superfície da Terra a maioria dessas marcas foi apagada ao longo do tempo pela erosão.
A maioria dos meteoritos se queima até desaparecer quando entra na atmosfera terrestre atual e brilha no céu como estrelas cadentes. Nos primórdios os meteoritos eram maiores, mais numerosos e atingiam a Terra com maior frequência.
Alguns cientistas especulam que os primeiros seres vivos não poderiam ter sobrevivido a esse bombardeio cósmico, e propõe que a vida tenha surgido em locais mais protegidos, como os assoalhos dos mares primitivos.
Em 1977, foram descobertas nas profundezas oceânicas as chamadas fontes termais submarinas, locais onde emanam gases quentes e sulfurosos que saem das aberturas do assoalho marinho. Nesses locais há vida abundante. Muitas bactérias que aí vivem são autótrofas, mas realizam um processo muito distinto de síntese. Onde essas bactérias vivem não há luz, e elas são a base da cadeia alimentar peculiar. Elas servem de alimento para os animais ou são mantidas dentro dos tecidos deles. Nesse caso tanto bactérias como animais se beneficiam: elas têm proteção dentro do corpo dos animais, e estes recebem alimentos produzidos por estas bactérias.
A descoberta das fontes termais levantou a possibilidade de que a vida teria surgido nesse tipo de ambiente protegido e de que a energia para o metabolismo dos primeiros seres vivos viria de um mecanismo autotrófico denominado quimiossíntese. Alguns cientistas acreditam que os primeiros seres vivos foram bactérias, que obtinham energia para o metabolismo a partir da reação entre substâncias inorgânicas, como fazem as bactérias encontradas atualmente nas fontes termais submarinas e em outros ambientes muito quentes (com cerca de 60 a 105°C) e sulfurosos. Segundo essa hipótese, parece que toda a vida que conhecemos descende desse tipo de bactéria. Que deveria se autotrófica.
Os que argumentam a favor dessa hipótese baseiam-se nas evidências que sugere a abundância de sulfeto de hidrogênio (gás sulfídrico, H2S) e compostos de ferro na Terra primitiva. As primeiras bactérias devem ter obtido energia das reações que tenham envolvido esses compostos para a síntese de seus compostos orgânicos.
Algumas bactérias que vivem atualmente em fontes quentes e sulfurosas podem realizar a reação química a seguir, que segundo a hipótese autotrófica, pode ter sido a reação fundamental fornecedora de energia para os primeiros seres vivos.








RE              

A energia liberada por essa reação pode ser usada pelas bactérias para a produção de compostos orgânicos para a vida, a partir de CO2 e H2O.
Assim, segundo essa hipótese, a quimiossíntese – um processo autotrófico teria surgido primeiro. Depois teriam surgido a fermentação e finalmente a respiração aeróbia. A hipótese autotrófica vem ganhando cada vez mais força.
                                        
                                                Hipótese da Panspermia Cósmica
A presença de compostos orgânicos em meteoritos, e a descoberta por astrônomos de aminoácidos em nuvens estrelares, têm levado alguns cientistas a acreditarem que a matéria-prima que deu origem à vida pode ter vindo do espaço. Essa teoria ganhou mais força com a descoberta da presença de substâncias orgânicas oriundas de outros locais do espaço, como o formaldeído, álcool etílico e alguns aminoácidos. A descoberta de um meteorito na Antártica (Allen Hills), contendo um possível fóssil de bactéria, também reforça a panspermia.
Para muitos, aceitá-la apenas responderia sobre o surgimento da vida na Terra tornando, ainda, obscura a resposta acerca de como ela se formou, realmente. Além disso, muitos cientistas argumentam sobre a possibilidade quase negativa de seres extraterrestres atravessarem os raios cósmicos e ultravioletas sem serem lesados.



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II - O Meu Olhar
“O meu olhar é nítido como um girassol. 
Tenho o costume de andar pelas estradas 
Olhando para a direita e para a esquerda, 
E de vez em quando olhando para trás... 
E o que vejo a cada momento    
É aquilo que nunca antes eu tinha visto, 
E eu sei dar por isso muito bem... 
Sei ter o pasmo comigo 
Que tem uma criança se, ao nascer, 
Reparasse que nascera deveras... 
Sinto-me nascido a cada momento 
Para a eterna novidade do mundo... 

Creio no mundo como num malmequer, 
Porque o vejo. Mas não penso nele 
Porque pensar é não compreender... 
O mundo não se fez para pensarmos nele 
(Pensar é estar doente dos olhos) 
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo. 
 
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos... 
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é, 
Mas porque a amo, e amo-a por isso, 
Porque quem ama nunca sabe o que ama 
Nem sabe porque ama, nem o que é amar... 
 
Amar é a eterna inocência, 
E a única inocência é não pensar...”
                                                                             (O Guardador de Rebanhos – Fernando Pessoa)
                                   



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     Reino Fungi
                            CLC
 Durante muito tempo os fungos foram considerados plantas, mas atualmente sabe-se que eles são tão diferentes das plantas como dos animais, merecendo, por isso, o seu próprio reino – Reino Fungi.
Os fungos são um importante grupo de organismos, conhecendo-se mais de 77000 espécies, a maioria das quais terrestres.
Os primeiros fungos devem ter sido eucariontes unicelulares, o fóssil mais antigo de um organismo semelhante a um fungo data de 900 milhões de anos mas, apenas há 500 milhões de anos, se pôde identificar com toda a certeza um fungo no registro fóssil. Os fungos, tal como as bactérias, são os decompositores da biosfera, sendo a sua função tão necessária como a dos produtores. A decomposição liberta dióxido de carbono (CO2) para a atmosfera e compostos nitrogenados ao solo, onde podem ser novamente utilizados pelas plantas e, eventualmente, pelos animais. Estima-se que os 20 cm superiores do solo fértil contêm mais de 5 toneladas de fungos e bactérias, por hectare. Assim como para os reinos anteriormente estudados, a caracterização dos organismos pertencentes ao reino Fungi será feita com base na sua estrutura corporal, nutrição, reprodução e importância ecológica.

Características Gerais
Unicelular ou Pluricelular
Eucariontes

Habitat
Lugares úmidos e ricos em matéria orgânica; ambiente aquático
Parede celular
Constituída por quitina

Substância de reserva
Glicogênio
Todos são heterótrofos

                                    Importância dos Fungos


                                    DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS


A micose que surge na pele humana é uma parasitose causada por fungo. São exemplos de micose o pé-de-atleta e a pitiríase. O sapinho é uma doença que ocorre principalmente em crianças e é causada por fungo do gênero Candida, que provoca múltiplos pontos brancos na boca. Essas mesmas espécies causam a candidíase vaginal. A histoplasmose é uma doença causada pelo fungo Histoplasma capsulatum, que parasita principalmente os pulmões. A infecção ocorre por inalação de esporos presentes na poeira levantada de solos contaminados. Esse fungo desenvolve-se principalmente sobre fezes de aves e morcegos.

 

                                                   

Na agricultura os fungos podem atuar como parasitas de plantas, causando a ferrugem que afeta principalmente cafeeiros, sojas, cacauzeiros entre outras.

 Podem ser usados na fabricação de antibióticos combatendo infecções de bactérias como o Penicilium notatum (bolor), do qual se extrai a penicilina. Esse medicamento foi o primeiro antibiótico produzido, foi descoberto por Alexandre Fleming em 1929 ao observar que a presença do fungo impedia o crescimento de bactérias.


                
  


 
             

                                     
Na indústria de alimentos são utilizados na produção de cervejas, pães, queijos e fermentos biológicos.


                                                            

                                                FUNGO GIGANTE
O micélio vegetativo de um único indivíduo da espécie Armillaria ostoyae, que ocorre no estado de Oregon (EUA) expande-se por cerca de 8,9 Km2 de área e provavelmente deve ter 2400 anos e centenas de toneladas, o que o qualifica como o maior organismo da Terra.

                                             

                      COGUMELOS ALUCINÓGENOS E TÓXICOS
Existem quatro gêneros de cogumelos alucinógenos: Psilocibe, Panaeolus, Capelandia e Amanita. No Brasil são encontrados dois gêneros que são o Psilocibe, porém o tipo mais conhecido é o do gênero da Amanita e em especial a Amanita muscaria. São espécies venenosas e que causam sérios danos ao sistema nervoso.

            
                               CONTROLE BIOLÓGICO DE PRAGAS
A utilização constante dos agrotóxicos promove redução não só das pragas mas também dos organismos benéficos, fazendo com que cada vez mais o agricultor seja dependente dos produtos químicos.
Com isto a própria praga pode adquirir resistência, ficando muito difícil de ser controlada, obrigando o agricultor a mudar de produto, aumentar a dose ou até mesmo misturar ou usar produtos ainda mais tóxicos.
Esses químicos não só são tóxicos para a praga, mas são também perigosos para o homem, os animais domésticos e silvestres e, para a natureza como um todo, podendo deixar resíduos tóxicos nos alimentos ou na água.
O controle biológico é um eficiente método de controle populacional, normalmente de uma praga,  através do uso de uma outra espécie, ou substâncias produzidas por outra espécie. A espécie controladora é denominada de inimigo natural ou agente de controle biológico.
Há alguns anos, principalmente, após a Conferência dos Estados Unidos para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO/92), ocorrida no Rio de Janeiro, a preocupação com a conservação do meio ambiente tornou-se crescente e
dentro deste contexto, a busca por uma  agricultura sustentável, produtiva e ambientalmente equilibrada, apoia-se em práticas agropecuárias que promova a agrobiodiversidade e os processos biológicos naturais, baseando-se no baixo uso de insumos externos. E é aí que o controle biológico mostra-se muito útil.

         
           

                               LIQUÉNS- RELAÇÃO DE MUTUALISMO

Os liquens são extremamente sensíveis a alterações ambientais. São os melhores bioindicadores dos níveis de poluição do ar. Assim, a presença de liquens sugere baixo índice de poluição, enquanto seu desaparecimento sugere agravamento da poluição ambiental.
Os liquens são associações simbióticas de mutualismo entre fungos e algas. Os fungos que formam liquens são, em sua grande maioria, ascomicetos (98%), sendo o restante, basidiomicetos. As algas envolvidas nesta associação são as clorofíceas e cianobactérias. Os fungos desta associação recebem o nome de micobionte e a alga, fotobionte, pois é o organismo fotossintetizante da associação.



                              
                         
                                 A REPRODUÇÃO DOS FUNGOS
Os fungos apresentam reprodução assexuada e sexuada.
Os cogumelos-de-chapéu pertencem a um grupo de fungos chamado de basidiomicetos. Vamos considerar esse grupo para explicar de forma simplificada, como ocorre a reprodução dos fungos pluricelulares.
Como vimos, o micélio é formado por um emaranhado de filamentos denominados hifas. Nos fungos terrestres, o micélio se desenvolve sobretudo subterraneamente. Mas hifas férteis organizam, geralmente no meio aéreo, uma estrutura chamada de corpo de frutificação. Essa estrutura contém um "chapéu" portador de vários esporângios. Cada esporângio é um estrutura produtora de unidades de reprodução chamadas esporos.
Uma vez produzidos nos esporângios, os esporos são limitados no ambiente, podendo se espalhar pela ação do vento, por exemplo; ao encontrar condições favoráveis, num certo local, os esporos germinam e originam hifas que formarão um novo fungo. O número de corpos de frutificação emitidos por um cogumelo-de-chapéu é variável, conforme a espécie. O micélio de um único cogumelo Agaricus bisporus, comestível e conhecido como champignon, é capaz de emitir, em média, de 80 a 100 "chapéus" no meio aéreo.

                               

Um basidiocarpo desenvolve-se a partir do micélio, uma massa de "fios" entrelaçados, que fica abaixo da terra. Na superfície inferior do "chapéu" estão as lamelas, onde se desenvolvem-se os basídios, que irão produzir os basidiósporos. Quando os esporos alcançam um ambiente propício, podem se desenvolver e originar um novo micélio (fonte: Davis et al.., 1990).

                                                      




































ÁCIDOS NUCLEICOS

Substâncias químicas envolvidas na transmissão de caracteres hereditários e na produção de proteínas compostos que são o principal constituinte dos seres vivos. São ácidos nucléicos encontrados em todas as células e também são conhecidos em português pelas siglas ADN e ARN (ácido desoxirribonucléico e ácido ribonucléico). De acordo com a moderna Biologia, o DNA faz RNA, que faz proteína (embora existam exceções os retrovírus, como o vírus da Aids).


DNA, ácido desoxirribonucléico, é uma molécula formada por duas cadeias na forma de uma dupla hélice. Essas cadeias são constituídas por um açúcar (desoxirribose), um grupo fosfato e uma base nitrogenada (T timina, A adenina, C citosina ou G guanina). A dupla hélice é um fator essencial na replicação do DNA durante a divisão celular cada hélice serve de molde para outra nova.
Watson e Crick descobriram que o DNA tinha dois lados, ou filamentos, e que esses filamentos estavam torcidos juntos, como uma escada caracol – a dupla hélice. Os lados da escada compreendem as porções fosfato-açúcar dos nucleotídeos adjacentes ligados juntos. O fosfato de um nucleotídeo é ligado covalentemente (uma ligação na qual um ou mais pares de elétrons é compartilhado por dois átomos) ao açúcar do próximo nucleotídeo. As ligações de hidrogênio entre os fosfatos fazem o filamento do DNA se torcer. As bases de nitrogênio apontam para dentro da escada e formam pares com bases no outro lado, como degraus. Cada par de bases é formado por dois nucleotídeos complementares (purina com pirimidina) presos juntos por ligações de hidrogênio. Os pares de base no DNA são adenina com timina citosina com guanina.






RNA (ácido ribonucléico)

                    O RNA é o outro ácido nucléico. Ele difere do DNA de três formas principais:
             - o açúcar é a ribose em vez da desoxirribose
             - há apenas um filamento em vez de dois
             - o RNA possui uracila (U) em vez de timina. Assim, os pares de base no RNA são citosina com      guanina e adenina com uracila.

O  ácido ribonucléico (RNA) é uma molécula também formada por um açúcar (ribose), um grupo fosfato e uma base nitrogenada (U uracila, A adenina, C citosina ou G guanina). Um grupo reunindo um açúcar, um fosfato e uma base é um "nucleotídeo".
Em uma célula procariótica (sem organelas internas ligadas na membrana, como uma bactéria), o DNA e o RNA são encontrados no citoplasma. Em uma célula eucariótica (com organelas internas ligadas na membrana, como os seres humanos), o RNA pode ser encontrado no núcleo e no citoplasma, enquanto o DNA, somente no núcleo.
                        DIFERENÇAS ENTRE AS MOLÉCULAS DE DNA E RNA
                               
   
                           CÓDIGO GENÉTICO
A informação contida no DNA, o código genético, está registrada na sequência de suas bases na cadeia (timina sempre ligada à adenina, e citosina sempre com guanina). A sequência indica uma outra sequência, a de aminoácidos substâncias que constituem as proteínas. O DNA não é o fabricante direto das proteínas; para isso ele forma um tipo específico de RNA, o RNA mensageiro, no processo chamado transcrição. O código genético, na forma de unidades conhecidas como genes, está no DNA, no núcleo das células. Já a "fábrica" de proteínas fica no citoplasma celular em estruturas específicas, os ribossomos, para onde se dirige o RNA mensageiro. Na transcrição, apenas os genes relacionados à proteína que se quer produzir são copiados na forma de RNA mensageiro.
Cada grupo de três bases (ACC, GAG, CGU etc.) é chamado códon e é específico para um tipo de aminoácido. Um pedaço de ácido nucléico com cerca de mil nucleotídeos de comprimento pode, portanto, ser responsável pela síntese de uma proteína composta por centenas de aminoácidos. Nos ribossomos, o RNA mensageiro é por sua vez lido por moléculas de RNA de transferência, responsável pelo transporte dos aminoácidos até o local onde será montada a cadeia protéica. Essa produção de proteínas com base em um código é a base da Engenharia genética.
O DNA contém as informações para formar as proteínas, que realizam todas as funções e determinam características dos organismos vivos
Uma proteína é feita de uma longa cadeia de substâncias químicas chamadas aminoácidos. As proteínas possuem muitas funções:
·         enzimas - realizam as reações químicas (como as enzimas digestivas)
·         proteínas estruturais - são os materiais de construção (como colágeno e queratina das unhas)
·         proteínas de transporte - carregam as substâncias (como a hemoglobina, que carrega o oxigênio no sangue)
·         proteínas de contração - que fazem os músculos se comprimirem (como a actina e a miosina)
·         proteínas de armazenamento - que agarram-se nas substâncias (como a albumina, nos ovos brancos, e a ferritina, que armazena ferro no baço)
·         hormônios - mensageiros químicos entre as células (incluindo insulina, estrogêniotestosterona, cortisona, etc.)
·         proteínas protetoras - anticorpos do sistema imunológico, proteínas de coagulação do sangue
·         toxinas - substâncias tóxicas (como veneno de abelha e de cobra)
A seqüência específica dos aminoácidos na cadeia é o que diferencia uma proteína de outra. Essa seqüência é codificada no DNA, onde um gene se codifica para uma proteína.

Como o DNA codifica as informações para uma proteína? Existem somente quatro bases de DNA, mas há 20 aminoácidos que podem ser usados para as proteínas. Assim, grupos de três nucleotídeos formam um termo (códon), que especifica qual dos 20 aminoácidos vai para a proteína. Um códon de 3 bases produz 64 padrões possíveis - 4*4*4 -, que é mais do que suficiente para especificar 20 aminoácidos. Em virtude de haver 64 possíveis códons e somente 20 aminoácidos, há algumas repetições no código genético. Além disso, a ordem dos códons no gene especifica a ordem dos aminoácidos na proteína. Pode ser necessário algo em torno de 100 a 1.000 códons (300 a 2.000 nucleotídeos) para especificar uma certa proteína. Cada gene também possui códons para designar o começo (códon de iniciação) e o fim (códon de terminação) do gene.







                                                                               EXERCÍCIOS

1-Uma cadeia de RNA foi produzida tendo como molde o filamento superior (representado pelo traço mais grosso) da molécula de DNA esquematizada. Marque a alternativa que designa corretamente a seqüência de bases deste RNA.

A C A T G A C T
T G T A C T G A

a) U G U T C U G A
b) T G T U C A C U
c) U C A T G A C T
d) T G U T G A C U
e) U G U A C U G A

2-Considere as seguintes afirmações:
I – Um pedaço de DNA com a seqüência ATATACCGATCC formará um RNAm com a seqüência UAUAUGGCUAGG
II – Esse pedaço de RNAm irá identificar 4 aminoácidos
III - Esse pedaço de RNAm apresenta 4 códons.

Assinale:
a) se todas estiverem corretas;
b) se apenas uma estiver correta;
c) se apenas II e III estiverem corretas;
d) se todas estiverem incorretas
e) se apenas I e III estiverem corretas.

3- Em 1953, em um breve artigo na revista Nature, os pesquisadores J.
Watson e H. C.Crick propuseram um modelo para a estrutura da molécula de DNA.
Hoje, cinqüenta anos após, a molécula de DNA ainda é o foco de muitas discussões, pois as modernas técnicas de biologia molecular prometem causar uma revolução na vida dos homens.
Considerando esta molécula, responda aos itens abaixo.
a) Cite duas características da molécula de DNA, de acordo com o modelo proposto pelos pesquisadores acima.
b) Para a síntese protéica, cada trinca de bases da molécula de DNA corresponde a um aminoácido na proteína.
O DNA, entretanto, não participa diretamente da síntese de proteínas.
Cite a molécula que atua como intermediária neste processo.
c) A enzima de restrição EcoRI apresenta o seguinte sítio de clivagem:
GAATTC
C­TTAAG
Demonstre como ficará o fragmento de DNA representado abaixo, após a atuação dessa enzima.
5’AAGGTTCGAATTCAGTATATAACAGAATTCCCGGTA 3’
3’TTCCAAGCTTAAGTCATCAATTGTCTTAAGGGCCAT 5’

4- (FUVEST) A seguir está representada a sequência dos 13 primeiros pares de nucleotídeos da região codificadora de um gene.
— A T G A G T T G G C C T G —
— T A C T C A A C C G G A C —
A primeira trinca de pares de bases nitrogenadas à esquerda corresponde ao aminoácido metionina. A tabela a seguir mostra alguns códons do RNA mensageiro e os aminoácidos codificados por cada um deles.
CÓDON DO RNAm
AMINOÁCIDOS
ACC
Treonina
AGU
Serina
AUG
Metionina
CCU
Prolina
CUG
Leucina
GAC
Ácido aspártico
GGC
Glicina
UCA
Serina
UGG
Triptofano
CCG
Prolina
Com base no exposto e em seus conhecimentos sobre o assunto, assinale V ou F.
(   ) A sequência de bases nitrogenadas do RNA mensageiro, transcrito a partir desse segmento de DNA será - AUG AGU UGG CCU G -.
(   ) Utilizando a tabela do código genético fornecida, a sequência dos três primeiros aminoácidos seguintes à metionina, no polipeptídio codificado por esse gene será - Serina – triptofano – Prolina -.
(   ) A sequência dos três primeiros aminoácidos de um polipeptídio codificado por um alelo mutante desse gene, originado pela perda do sexto par de nucleotídeos (deleção do par de bases A = T) será  - Metionina – Serina – Glicina -.
(   ) A sequência de bases nitrogenadas do RNA mensageiro, transcrito a partir do segmento do DNA mutante mencionado na alternativa anterior, será - UAC UCA CCG GAC -.

5-(PUC-PR) Os códons AGA, CUG e ACU do RNA mensageiro codificam, respectivamente, os aminoácidos arginina, leucina e treonina. A sequência desses aminoácidos na proteína correspondente ao segmento do DNA que apresenta a sequência de nucleotídeos GAC TGA TCT será, respectivamente:
a) arginina, leucina, treonina.
b) leucina, arginina, treonina.
c) leucina, treonina, arginina.
d) treonina, leucina, arginina.
e) treonina, arginina, leucina.

6-(UPE) Uma cadeia de DNA apresenta a seguinte sucessão de nucleotídeos AAA TAC GTA GTA e a partir dela é sintetizado um polipeptídio.
CÓDONS
AMINOÁCIDOS
ABREVIAÇÃO DO AMINOÁCIDO
UUU, UUC
Fenilalanina
Phe
CAU, CAC
Histidina
His
AAA, AAG
Lisina
Lis
AUG
Metionina
Met
UAA, UUG
Leucina
Leu
UCC, UCA
Serina
Ser
GAA, GAG
Ácido Glutâmico
Glu

Assinale a alternativa que indica a sequência de aminoácidos do polipeptídeo sintetizado, utilizando o quadro abaixo:
a) Phe – His – His – Glu.
b) Glu – Leu – Ser – Ser.
c) His – His – Met – Phe.
d) Phe – Met – His – His.
e) Met – Phe – Lis – Lis.












REINO ANIMAL
INVERTEBRADOS
                                                                   
FILO DOS PORÍFEROS

            Os poríferos, ou esponjas, surgiram há cerca de 1 bilhão de anos e, provavelmente, se originaram de seres unicelulares e heterotróficos que se agruparam em colônias. Possuem tecidos, mas não apresentam órgãos nem sistemas; são animais exclusivamente aquáticos. A maioria dos poríferos vive no mar presos nas rochas, nas conchas, ou associados à areia do fundo do mar ou de um lago, etc.
          O corpo de uma esponja tem grande número de células que apresentam pouca divisão de funções. Algumas dessas células são organizadas de tal maneira, que formam pequenos orifícios, denominados poros (porócitos), em todo o corpo do animal. É por isso que esses seres recebem o nome de poríferos.
            O corpo do porífero geralmente tem a forma de uma bolsa (fig.1). A cavidade interna chama-se átrio. Na parte superior do átrio existe uma abertura, o ósculo, que serve para eliminar a água com as substâncias desnecessárias à nutrição do animal e com os detritos resultantes da atividade celular.
          
                                                                                                                                                                                                
                                                                           
         Esses animais não possuem órgãos especializados para digestão, excreção ou reprodução. Todas essas funções são realizadas por diferentes células.
          As esponjas são animais filtradores: a água penetra em seu corpo através dos poros e cai no átrio; células chamadas coanócitos, retiram gás oxigênio e capturam partículas alimentares presentes na água ao mesmo tempo que elimina resíduos não aproveitáveis e gás carbônico. Essa água sai do corpo da esponja através do ósculo.
            Em sua alimentação, as esponjas retiram da água detritos diversos e microorganismos, como protozoários e certas algas. O alimento assim obtido é digerido no interior de certas células - por isso se diz que os poríferos tem digestão sempre intracelular. As esponjas podem filtrar em uma hora um volume de água centenas de vezes maior que o volume de seu corpo.
            A reprodução dos poríferos pode ser assexuada ou sexuada.
            A assexuada ocorre, por exemplo, por regeneração e brotamento. Neste caso, formam-se brotos, que podem se separar do corpo do animal e dando origem a novas esponjas.
            A sexuada é menos freqüente que a reprodução assexuada, mas ocorre em alguns tipos de esponjas. Quando os espermatozóides (gametas masculinos) estão maduros, eles saem pelo ósculo, junto com a corrente de água, e penetram em outra esponja, onde um deles fecunda um óvulo (gameta feminino). Após a fecundação, que é interna, forma-se um ovo ou zigoto, que se transforma em uma larva. Esta larva sai do corpo da esponja, nada e se fixa, por exemplo, em uma rocha, onde se desenvolve até se transformar em uma esponja adulta.
     
                                                             
FILO CNIDÁRIOS OU CELENTERADOS

             Os celenterados surgiram provavelmente entre 1 bilhão e 800 milhões de anos atrás, depois dos poríferos.Os celenterados apresentam cavidade digestiva e são exclusivamente aquáticos.
             A água-viva, a caravela, a hidra e os corais são alguns exemplos desse grupo e um dos mais conhecidos é a água-viva (Aurelia aurita), responsável por numerosos casos de queimaduras em banhistas. Seu corpo contém mais de 95% de água, o que explica o seu nome. Outro celenterado venenoso é a vespa marinha (Chironex fleckeri), encontrada no leito do mar, na costa da Oceania. O contato da pele com esse animal pode matar um homem adulto em menos de 3 minutos.
Os recifes de corais são enormes colônias formadas por uma quantidade gigantesca de pequenos animais fixos, que crescem e se desenvolvem uns sobre os outros. Os animais mais antigos, que ficam na base da colônia, morrem e deixam a sua estrutura calcária, que serve de suporte para as gerações mais jovens. Recifes de corais podem atingir dimensões de centenas de quilômetros. O maior dos recifes conhecidos é a Grande Barreira de Coral, localizada na costa da Austrália, e que se estende por mais de 1600 quilômetros.
            A água-viva (Fig.3) e a caravela (Fig.4) têm vida livre e são levados pelas ondas. Os corais, a hidra e a actínia (anêmona-do-mar) vivem presos a um suporte, por exemplo, no fundo do mar ou sobre rochas.  
           




CLASSES
EXEMPLOS
CARACTERÍSTICAS
Hydrozoa
(hidrozoários)
Hidra, caravela-portuguesa, Obelia
Exibem tanto estrutura medusóide como polipóide, com predomínio da forma de pólipo. Algumas espécies sofrem metagênese. Única classe que possui representantes de água doce.
Scyphozoa
(cifozoários)
Água-viva
Predomínio da forma de medusa
Anthozoa
(antozoários)
Coral, anêmona-do-mar
Existência apenas de pólipo

           Todos os celenterados têm o corpo formado por duas camadas de células, interligadas por uma substancia chamada mesogléia, que dá ao animal uma aparência gelatinosa.
            Os celenterados podem apresentar-se sob duas formas: os pólipos ou medusas (Fig.5).
            Pólipos: Os pólipos têm forma cilíndrica e vivem geralmente fixos, por exemplo, em uma rocha. Na sua extremidade livre, apresenta tentáculos em volta da boca.
            Medusas: As medusas são geralmente semi-esféricas, como um guarda-chuva. Seus tentáculos contornam a margem do corpo, no centro do qual fica a boca. São carregadas pelas correntes, pois sua capacidade natatória é limitada.                                                                



           Os celenterados possuem em seus tentáculos células urticantes, os cnidócitos ou cnidoblastos. Essa células, servem para a captura de alimentos e para a defesa do animal.
            Os cnidócitos, pequenas células na forma de um saco, possuem uma cápsula (nematocisto), dentro da qual se encontra um filamento enrolado, que serve para injetar uma substância urticante. Cada cnidócito possui um cílio (cnidocílio) que, ao ser tocado, dispara um filamento. A ação conjunta de muitos cnidócitos podem ferir um predador ou paralisar rapidamente uma pequena presa. Uma vez descarregado, o cnidócito é substituído.
            Quando uma presa é capturada por um celenterado, ela penetra pela boca do animal e chega até uma cavidade digestiva - aliás, o nome desse grupo (celenterados) vem de celo = "cavidade" e entero = "intestino". Nessa cavidade, o alimento é parcialmente digerido e depois absorvido por certas células, no interior das quais a digestão se completa. Por isso se diz que a digestão nos celenterados é extracelular (na cavidade digestiva) e também intracelular (no interior da células). Não possuindo ânus, esses animais eliminam pela boca os resíduos não aproveitáveis.
             A maioria dos celenterados apresenta reprodução sexuada e assexuada, sendo grande número de espécies que apresenta alternância de gerações (metagênese). Nesse caso, a forma pólipo cresce, fragmenta-se transversalmente (cifístoma) e produz assexuadamente, por estrobilização, pequenas medusas (éfiras) que, após um período de desenvolvimento, produzem gametas de cuja fusão resulta o zigoto e deste, uma larva plânula, ciliada, que perderá os cílios, fixando-se e originando um novo pólipo. O pólipo assexuado origina medusas sexuadas e estas novos pólipos.
A fecundação é externa na maioria dos celenterados, havendo espécies em que o encontro dos gametas ocorre dentro da cavidade gástrica. Nos casos em que o desenvolvimento é indireto (todas as espécies marinhas) o zigoto formado dá origem a uma larva ciliada (plânula). Após algum tempo a larva se fixa ao substrato dando origem a um novo organismo (pólipo).
Nas espécies que apresentam apenas forma de pólipo, esse se reproduz sexuadamente originando novos pólipos. Os espermatozóides são liberados na água, nadando ao encontro do óvulo. A fecundação e as primeiras divisões ocorrem com o zigoto ainda preso ao organismo materno. Como seqüência do processo, o embrião se destaca e transforma-se em um pólipo jovem que na maturidade repete o ciclo.
                    
FILO DOS PLATYHELMINTHES

              Os vermes apresentam considerável progresso em relação aos poríferos e celenterados. Podemos constatar isso caracterizando os platelmintos: trata-se de animais de simetria bilateral, triblásticos, acelomados, com sistema nervoso centralizado, sistema digestivo incompleto e dispondo de sistema excretor e gônadas permanentes.
             Compreendem cerca de 15.000 espécies, a maioria da classe Trematoda. Possuem o corpo achatado dorso-ventralmente. A maioria das espécies é parasita, vivendo no trato digestivo de muitos animais, especialmente vertebrados. Os de vida livre encontram-se nos mais variados ambientes: em todos os mares, na água doce e mesmo na terra, onde preferem a umidade encontrada sob pedras, troncos podres e cascas de árvores. Os platelmintos marinhos de vida livre, que freqüentemente exibem cores vistosas, são carnívoros e saprófagos; vivem também em locais protegidos, geralmente embaixo de pedras e seixos, em fendas e entre algas. Os que parasitam organismos marinhos, como peixes, podem ter um impacto econômico negativo.
               Sobre a reprodução, podemos dizer que a maioria é hermafrodita, podendo ou não fazer a autofecundação. As planárias são hermafroditas (monóicas), mas só se reproduzem por fecundação cruzada. As tênias são hermafroditas autofecundantes. Os esquistossomos são dióicos, isto é, têm sexos distintos. Há quem admita que os platelmintos evoluíram e a partir de formas larvárias de celenterados. Lembre-se de que a larva dos celenterados — a plânula — é nadadora, achatada dorsoventralmente e coberta de cílios. Sob tais aspectos, a planária tem grande identidade com ela.
O filo dos platelmintos é dividido em três classes: Turbellaria, Trematoda e Cestoda.

Classe Trematoda

Daremos aqui a maior atenção ao esquistossomo, por ser um parasita da espécie humana e causador de uma das mais graves endemias brasileira — a esquistossomose.
O Schistosoma mansoni, apesar de sua localização no interior das veias do intestino, reproduz-se eliminando ovos que fistulam para dentro do tubo digestivo, sendo eliminados com as fezes. Em locais de poucos recursos higiênicos e sanitários, as fezes contaminadas por esses ovos são levadas até rios e ribeirões. Na água, (Fig.6) os ovos se rompem e liberam o mirácido, embrião ciliado microscópico, que nada à procura de um hospedeiro intermediário — o caramujo Biomphalaria glabrata  onde se desenvolvem partenogeneticamente, resultando na formação das cercárias. Um mirácido apenas pode originar milhares de cercárias.
Com a morte do caramujo (hospedeiro intermediário) as cercárias, que possuem cauda bifurcada, passam à água e nadam ativamente. Se tocarem a pele de uma pessoa, atravessam-na e atingem os vasos sangüíneos Muitos esquistossomos migram para o fígado, provocando um processo de irritação crônico que leva à cirrose hepática. Os vermes causam obstrução à circulação sangüínea no intestino, o que determina ruptura de vasos, com hemorragias e passagem de plasma para a cavidade abdominal, levando à barriga-d’água (ascite) (Fig.7). A doença é lenta, mas geralmente provoca a morte.
O combate à esquistossomose se baseia no extermínio dos moluscos e na orientação às pessoas para não terem contato com água em locais suspeitos e contaminados. Ë necessária a orientação das populações para não defecarem no campo ou sobre rios. O tratamento da doença exige assistência médica e hospitalar.
                                   
                          

As tênias (Fig.8) são popularmente conhecidas por solitárias (geralmente uma em cada pessoa parasitada), provocam a doença chamada teníase.Todas as tênias evoluem em dois hospedeiros — um intermediário (porco e boi), no qual se desenvolvem até a fase de larva, e um definitivo (homem), no qual chegam à fase adulta.
A Taenia saginata tem como hospedeiro intermediário o boi. A Taenia solium evolui até a fase da larva no porco. Elas têm notável preferência por esses hospedeiros intermediários específicos, não admitindo "trocas". Mas ambas concluem a sua evolução no mesmo hospedeiro definitivo — o homem.  A larva dessas tênias tem aspecto de uma pipoquinha branca que se aloja na musculatura estriada (carne) daqueles animais. Essa larva recebe o nome de cisticerco. Pode manter-se viva por muitos anos no músculo hospedeiro intermediário, mas nunca evoluirá para verme adulto se não passar para o hospedeiro definitivo.(Fig.9)
Em circunstâncias especiais, o homem pode receber no estômago ovos de tênia. Aí, ele corre o risco de fazer o papel do hospedeiro intermediário. Se essa situação acontecer, ele poderá abrigar o cisticerco, revelando a cisticercose (que pode ocorrer no cérebro, num globo ocular, num pulmão ou no fígado).(Fig. 10)




      


FILO DOS NEMATÓIDES

Em contraste com os platelmintos, os nematoides tem corpo cilíndrico geralmente pontiagudo em ambas as extremidades. Alguns são de vida livre, encontrados abundantemente nos solos e na água doce, outros são parasitas de vegetais e animais vertebrados ou invertebrados, geralmente são de pequenas dimensões, mas alguns podem atingir até um metro de comprimento .
Os nematoides diferem dos platelmintos pela forma, ausência de cílios e ventosas, presença de um trato digestivo completo e uma cavidade do corpo e por terem sexos separados (dióicos ).

 

Principais nematóides parasitas do homem

 

 Ascaris lumbricoides ( Fig.11)

                        
   

Vulgarmente chamado de lombriga, é um nematóide cosmopolita que parasita o intestino delgado. Nas infestações intensas ( em certos casos mais de 400 ), todo o intestino delgado se encontra povoado, e algumas vezes os vermes adultos migram podendo ser eliminados pela boca ou narinas. O parasita passa por um ciclo no organismo humano (Fig.12), durante o qual a larva atravessa a parede do intestino, cai na circulação, vai ao fígado e depois aos pulmões, onde evolui parcialmente. Depois, prossegue pelos bronquíolos, brônquios, traquéia, laringe, glote, faringe, esôfago, estômago e, finalmente, retorna ao intestino, onde termina a evolução. A ascaridose ou ascaridíase provoca distúrbios digestivos não muito acentuados e cólicas vagas; só quando o número de vermes se torna muito grande é que surge o grave perigo de obstrução intestinal por novelos de áscaris.
Mãos sujas de terra, alimentos contaminados por mãos que tocaram o solo, alimentos contaminados ou verduras cruas de hortaliças adubadas com fezes, são os principais veículos que levam a boca os ovos do parasita e possibilita a sua ingestão.

Ancylostoma duodenale

É um dos nematóides causadores da ancilostomose no homem. Seu tamanho varia de 0,8 a 1,3 cm. A penetração da larva causa dermatite, que pode variar de intensidade. A doença é conhecida como "amarelão”, "doença do jeca-tatu", "mal-da-terra", "anemia-dos-mineiros, "opilação", etc. As pessoas portadoras desta verminose são pálidas, com a pele amarelada, pois os vermes vivem no intestino delgado e, com suas placas cortantes ou dentes (Fig. 13), rasgam as paredes intestinais, sugam o sangue e provocam hemorragias e anemia. 
O uso de calçados, hábitos de higiene corporal, fervura da água a ser ingerida e cuidados na preparação de alimentos são medidas preventivas importantes.
                                                         
FILO MOLLUSCA
         
        

O filo MOLLUSCA é o segundo maior filo animal com mais de 80.000 espécies. Os moluscos são de larga distribuição no tempo e no espaço, tendo um registro contínuo desde o Cambriano; muitos são abundantes como indivíduos e são ecologicamente importantes.
Apesar da maioria marinha, muitos caramujos e lesmas invadiram os ambientes de água doce e terrestre. Junto com os artrópodes, os moluscos apresentam adaptações ao maior número de hábitat de todos os invertebrados. A maioria dos moluscos é de vida livre, movendo-se lentamente e apresentando uma relação íntima com o substrato. Alguns aderem a rochas, conchas ou madeira, alguns cavam, outros flutuam e as lulas e polvos podem nadar livremente.
Os moluscos são extremamente importantes na economia de muitos países, como fonte de alimento rico em proteínas, sendo coletados diretamente da natureza ou mesmo cultivados. Em muitos países, possibilitam até a existência de uma indústria de pérolas e de adornos de madrepérola. Apresentam interesse médico-sanitário, pois muitas espécies são vetores de doenças, enquanto outras, aparentemente, podem ser usadas no controle destas.
A reprodução dos moluscos é sexuada e, na maioria dos representantes do grupo, a fecundação é interna e cruzada. Muitas espécies são monóicas (como o caramujo de jardim). Na cópula, dois indivíduos aproximam-se e encostam seus poros genitais, pelos quais fecundam-se reciprocamente. Os ovos desenvolvem-se e, ao eclodirem, liberam novos indivíduos sem a passagem por fase larval (desenvolvimento direto). Nas formas aquáticas, há espécies monóicas e espécies dióicas (como o mexilhão). A forma mais comum de desenvolvimento é o indireto.

FILO ANELÍDEOS

O filo Anelida compreende os animais que se caracterizam, em especial, por apresentarem os seus corpos segmentados, interna e externamente.
Observando-se a minhoca (Fig.17), um de seus exemplos mais típicos, verifica-se que o corpo é formado por uma série de anéis ou segmentos, separados por um sulco que contorna o corpo.
O habitat dos anelídeos pode ser a água dos mares e oceanos, a água doce ou a terra úmida. Eles são considerados os mais complexos dos vermes. Além do tubo digestório completo, têm um sistema circulatório fechado, isto é, têm boca e orifício retal e também apresentam um sistema circulatório em que o sangue só circula dentro dos vasos.
O corpo dos aneliídeos é revestido por uma pele fina e úmida. Essa é uma característica importante da respiração cutânea - respiração realizada através da pele, pois os gases respiratórios não atravessam superfícies secas.
Os anelídeos apresentam reprodução sexuada; algumas espécies são hermafroditas (como a minhoca), isto é, cada animal possui os dois sistemas reprodutores: o masculino e o feminino. No entanto, eles realizam fecundação cruzada e recíproca, ou seja, dois animais hermafroditas cruzam e se fecundam mutuamente (Fig.18).
                                    
         

                                                          
FILO ARTRÓPODA

               É uma palavra que vem do grego, arthron significa "articulação" e podos significa "".
                     Características gerais:
Os artrópodes, invertebrados que possuem pernas articuladas, ou "juntas" móveis, tem o corpo segmentado e dividido em cabeça, tórax e abdome. Em alguns deles pode ocorrer  fusão da cabeça com o tórax e, neste caso, o corpo é dividido em cefalotórax e abdome.
Possuem um esqueleto externo, denominado exoesqueleto. É o que se chama de "casca" na lagosta, no siri, no camarão, na barata, etc.
O exoesqueleto é resistente e limita o crescimento do animal. Assim, o exoesqueleto "velho" e limitante é trocado por um "novo", que permite a continuidade do crescimento. Essa troca de exoesqueleto, que pode ocorrer várias vezes durante a vida do animal, é chamada de muda ou ecdise (Fig. 19)
Os artrópodes formam o conjunto mais numeroso de animais. Eles habitam os mais diversos ambientes e podem ser terrestres ou aquáticos.
Segundo suas características, os artrópodes foram agrupados em insetos, crustáceos, aracnídeos, quilópodes, diplópodes e outros grupos, de menor importância.
Insetos
Os insetos existem em todas as regiões do mundo e formam o grupo com o maior número de espécies de animais conhecidos. Vivem principalmente em ambientes terrestres, mas algumas espécies são aquáticas.
O corpo dos insetos é coberto por um exoesqueleto de quitina e possui três partes bem definida: cabeça, tórax e abdome.
Todos possuem um par de antenas e três pares de pernas. A maioria possui asas.
Alguns exemplos de ordens de insetos: Tisanuros (traças), Anopluros (piolhos), Ortopteróides (Fig.20)  (baratas, gafanhotos, grilos, louva-a-deus), Hemípteros (percevejos-de-casa, barbeiros), Lepidópteros (borboletas, mariposas), Dípteros (moscas, mosquitos), Coleópteros (besouros, vaga-lumes), Himenópteros (formigas, abelhas, vespas), Sifonápteros (pulgas), Isópteros (cupins), Odonatos (libélulas), Homópteros (cigarras, pulgões), etc.
No abdome dos insetos existem pequenas aberturas denominadas espiráculos. Esses espiráculos se comunicam com tubos chamados traquéias. Esses tubos, por sua vez, se ramificam repetidamente até atingir dimensões microscópicas e entrar em contato com os vários tecidos do corpo do animal. São esses tubos que levam gás oxigênio diretamente às células. Por isso se diz que os insetos tem respiração traqueal.

                                                     
                               

                                                      
                                                          FILO ECHINODERMATA

O nome do filo, Echinodermata (do grego echinos, espinho, e dermato, pele) refere-se ao fato da maioria dos equinodermos apresentar espinhos na superfície do corpo. Todos os equinodermos vivem no mar. São representantes do filo as estrelas-do-mar, ouriços-do-mar, bolachas-de-praia (Fig.21), e holotúrias (pepinos-do-mar).
Em geral, os sexos são separados, sem dimorfismo sexual externo. Algumas espécies passam por um estágio larval planctônico, enquanto outras são vivíparas. O alto poder de regeneração dos integrantes deste filo confere a algumas espécies a capacidade de se reproduzir assexuadamente por fissão, um processo de divisão do corpo que resulta em novos indivíduos completos e funcionais.

                          
                                                      

O sistema ambulacral (Fig.22) é uma exclusividade dos equinodermatas. Este sistema se acha constituído por um conjunto de canais que delimitam espaço celomáticos no interior. Apresentam função de: respiração, locomoção e circulação.

CHORDATA (VERTEBRADOS)

PEIXES

Os peixes são animais vertebrados, heterotérmicos, os membros transformados em nadadeiras sustentadas por raios ósseos ou cartilaginosos, as guelras ou brânquias com que respiram o oxigênio dissolvido na água (embora os dipnóicos usem pulmões) e, na sua maior parte, o corpo coberto de escamas.
Os peixes são, na maior parte das vezes, divididos nos seguintes grupos:
·         A) Peixes ósseos (Osteichthyes, com mais 22.000 espécies) à qual pertencem as sardinhas, as garoupas, o bacalhau, o atum e, em geral, todos os peixes com o esqueleto ósseo.
·         B) Peixes cartilaginosos (Chondrichthyes, mais de 800 espécies) à qual pertencem os tubarões e as raias e vários grupos de peixes sem maxilas (antigamente classificados como Agnatha ou Cyclostomata, com cerca de 80 espécies), incluindo as lampréias e as mixinas (peixe bruxa).


                       


                                                    

ANFÍBIOS

O início da Conquista do Meio Terrestre
A Classe Amphibia inclui as cecílias (Ordem Gymnophiona), as salamandras (Ordem Caudata) e os sapos, rãs e pererecas (Ordem Anura) (Fig. 24). Embora existam variações na forma do corpo e nos órgãos de locomoção, pode-se dizer que a maioria dos anfíbios atuais tem uma pequena variabilidade no padrão geral de organização do corpo. O nome anfíbio indica apropriadamente que a maioria das espécies vive parcialmente na água, parcialmente na terra, constituindo-se no primeiro grupo de cordados a viver fora da água. Entre as adaptações que permitiram a vida terrestre incluem pulmões, pernas e órgãos dos sentidos que podem funcionar tanto na água como no ar. Dos animais adaptados ao meio terrestre, os anfíbios são os mais dependentes da água. Foram os primeiros a apresentar esqueleto forte e musculatura capaz de sustentá-los fora d'água.
Sua pele é bastante fina e para evitar o ressecamento provocado pela exposição ao sol, possui muitas glândulas mucosas. Estas liberam um muco que mantém a superfície do corpo úmida e lisa, diminuindo o atrito entre a água e o corpo durante o mergulho.
A epiderme também possui pouca quantidade de queratina, uma proteína básica para a formação de escamas, placas córneas, unhas e garras. A ausência destas estruturas os torna frágeis em relação à perda de água e também quanto à sua defesa de predadores. Por isso, alguns anfíbios desenvolveram glândulas que expelem veneno quando comprimidas.
A respiração dos anfíbios pode ocorrer através de brânquias e da pele (na fase larval e aquática) e da pele e de pulmões quando adultos e terrestres.
São heterotermos, ou seja, a temperatura do corpo varia de acordo com a temperatura do ambiente. Por isso, em épocas frias ou muito secas, muitas espécies enterram-se sob o solo aí permanecendo até a época mais quente e chuvosa.

                                     
                                                                                                          

RÉPTEIS

Primeiros Vertebrados Bem-Sucedidos no Meio Terrestre 
Os répteis foram os primeiros vertebrados a conquistar, com sucesso e definitivamente, o ambiente terrestre. Isto porque desenvolveram algumas características adaptativas, tais como: presença de casca calcária envolvendo o ovo e pele impermeável, seca, sem glândulas, revestida por escamas epidérmicas (nas cobras e lagartos) (Fig.25), por placas ósseas (nas tartarugas) (Fig.26), formando uma carapaça que protege o animal contra a desidratação ou ainda por placas córneas (nos crocodilos e jacarés) (Fig. 27). 
A impermeabilização da pele ocorreu graças à intensa produção de uma molécula protéica, a queratina, a grande novidade bioquímica produzida em grande quantidade pela epiderme dos répteis, fato que se repetirá também nas aves e nos mamíferos. Na verdade, na pele dos anfíbios,essa molécula existe, só que em pequeníssima quantidade, sendo incapaz de tornar a pele impermeável à água e aos gases da respiração.
Essa adaptação permitiu aos répteis a economia de água, possibilitando a vida em habitat dos mais diversos, inclusive desérticos. Por outro lado, a falta de umidade da pele e a riqueza em queratina impedem as trocas gasosas que, assim, passam a ser executadas exclusivamente por pulmões.

          
                

    
               


            
AVES

 As aves constituem uma classe de animais vertebrados, tetrápodes, endotérmicos, ovíparos, caracterizados principalmente por possuírem penas, apêndices locomotores anteriores modificados em asas, bico córneo e ossos pneumáticos. São reconhecidas aproximadamente 9.000 espécies de aves no mundo. 
O fóssil de ave mais antigo data de há cerca de 150 M.a. durante o período Jurássico. Este animal do tamanho de um corvo ficou conhecido por Archeopteryx lithographica e apresentava características combinadas de réptil e de ave (asas, penas, maxilares com dentes, etc.). As aves conquistaram o meio terrestre de modo muito mais eficiente que os répteis. A principal característica que permitiu essa conquista foi, sem dúvida, a homeotermia, a capacidade de manter a temperatura corporal relativamente constante à custa de uma alta taxa metabólica gerada pela intensa combustão de alimento energético nas células.
Essa característica permitiu às aves, juntamente com os mamíferos, a invasão de qualquer ambiente terrestre, inclusive os permanentemente gelados, até então não ocupados pelos outros vertebrados.
                           
   
MAMÍFEROS

Os mamíferos são os vertebrados mais evoluídos, com inúmeras características adaptativas que lhes permite ampla distribuição geográfica. Seus representantes são numerosos e diversificados, ocupando os mais diversos ambientes (Fig.29). As principais características dos mamíferos, que os diferenciam de todos os outros vertebrados, são:
Pêlos: recobrindo total ou parcialmente a superfície do corpo, contribuem para a manutenção da temperatura corporal
Glândulas mamárias: presentes em todas as fêmeas de mamíferos, secretam leite, que serve de alimento aos filhotes
Cérebro e sentidos bem desenvolvidos, o que lhes confere grande agilidade para captura de presas e fuga.
Viviparidade: o desenvolvimento do embrião ocorre sempre dentro do organismo materno, no interior do útero, o que confere ao embrião proteção e alimento, fornecido através da placenta, anexo embrionário exclusivo dos mamíferos.
Diafragma: músculo que atua nos movimentos respiratórios, localizado entre a cavidade torácica e abdominal.
Hemácias anucleadas
Dentes adaptados à captura de alimentos e mastigação eficiente; diferenciados em incisivos, caninos e molares, têm importância sistemática.
Os mamíferos são dióicos, e com fecundação interna. Os marsupiais e os placentários têm desenvolvimento embrionário direto e interno, no interior do útero, órgão de parede muscular.
No revestimento interno do útero, os embriões dos mamíferos placentários fixam-se através da placenta. Por meio desse anexo embrionário exclusivo dos mamíferos, ocorrem trocas por difusão entre o sangue materno e o sangue do embrião, sem mistura. Há passagem de oxigênio, água, nutrientes e anticorpos da mãe para o embrião, e passagem de gás carbônico e de outros resíduos metabólicos em sentido contrário.

  
                                                                         
                                                                           Simetria Animal   
É a divisão imaginária do corpo de um animal em metades opostas que devem ser semelhantes externamente. Os animais podem ser assimétricos, como a maioria das esponjas-do-mar; ter simetria radial (quando planos longitudinais, que passem pelo centro do corpo, dividem o animal em partes iguais), encontrada em algumas esponjas, em cnidários (como a anêmona-do-mar) e em equinodermos (como as estrelas-do-mar); ou ter simetria bilateral (quando há apenas um plano que divida o corpo em duas metades iguais) que é encontrada na maioria dos animais. Nesse último caso o animal fica dividido em lado direito e esquerdo que são perfeitamente simétricos.  
       
           
                 

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